terça-feira, 7 de novembro de 2017

Novo Acordo Ortográfico:



Desde 1º de janeiro de 2016, o novo acordo ortográfico é o único formato da língua reconhecido no Brasil. O acordo vigora desde 2009, quando o trema da linguiça, o acento das europeias e o hífen do dia a dia desapareceram. Seu objetivo é unificar a nossa escrita e a das demais nações de língua portuguesa: Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Entre as mudanças na língua portuguesa ocasionadas pela reforma ortográfica, podemos citar o fim do trema, alterações da forma de acentuar palavras com ditongos abertos e que sejam hiatos, supressão dos acentos diferenciais e dos acentos tônicos, novas regras para o emprego do hífen e inclusão das letras w, k e y ao idioma.
Novo acordo, velhas questões
A intenção de unificar a língua portuguesa entre os países em que ela é o idioma oficial é antiga. Em 1931, foi realizado o primeiro acordo ortográfico luso-brasileiro, mas ele acabou não sendo efetivado na prática. Em 1945, a Convenção Ortográfica Luso-Brasileira foi adotada em Portugal, mas não no Brasil.
Anos depois, em 1986, os sete países de língua portuguesa (Timor-Leste não pôde ser incluído na lista, pois se tornaria independente apenas em 2002) consolidaram as Bases Analíticas da Ortografia Simplificada da Língua Portuguesa de 1945, que não chegaram a ser implementadas.
Em 1990, os países de língua portuguesa se comprometeram a unificar a grafia da língua, segundo a proposta apresentada pela Academia de Ciências de Lisboa e pela Academia Brasileira de Letras. Mesmo assim, o acordo ainda não podia entrar em vigor.
Foram necessários mais 16 anos para que fossem alcançadas as três adesões necessárias para que o acordo fosse cumprido. Em 2006, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde se uniram ao Brasil e ratificaram o novo acordo. Entretanto, Portugal ainda apresentava uma grande relutância às mudanças. Apenas em maio de 2008 o Parlamento português ratificou o acordo para unificar a ortografia em todas as nações de língua portuguesa.




Entenda as Mudanças:




TREMA

Com o novo acordo ortográfico o trema deixou de existir em todas as palavras da língua portuguesa. Se você se preocupava em escrever linguiça ou pinguim com os dois pontos em cima do u, esqueça

DITONGO ABERTO

Com o novo acordo ortográfico, deixaram de existir os acentos nos ditongos – o encontro de duas vogais pronunciadas em uma só sílaba, como por exemplo ideia (EI é um ditongo) – abertos de palavras paroxítonas (que possuem acentuação na penúltima sílaba) como: moreia, europeia, paranoia, centopeia e onomatopeia.
HIATO

Com o novo acordo ortográfico, deixaram de existir os acentos circunflexos nos hiatos – uma sequência de vogais que pertencem a sílabas diferentes, como por exemplo enjoo (as sílabas da palavra são em/jo/o) – nos seguinte casos:
• oo – entoo, perdoo e abençoo
• ee – creem, releem e preveem

ACENTO DIFERENCIAL

Os acentos diferenciais, que são usados para distinguir duas palavras iguais com significados diferentes, como por exemplo pára (do verbo parar) e para (preposição) deixa de existir nos seguintes casos:
• Para (verbo)
• Pelo (substantivo) – que se diferencia da preposição pelo

U, E, I  TÔNICO

A letra U deixa de ser acentuada nas sílabas que, qui, gue e gui de verbos como apaziguar, averiguar e obliquar.
Também perdem os acentos as palavras paroxítonas que têm a letra I ou Utônicos precedidos por ditongos, como a palavra feiura.
ALFABETO

A partir da nova regra ortográfica, o alfabeto brasileiro ganha mais três letras, passando de 23 para 26 letras no total. Foram incluídos o K, o W e o Y.
A inclusão das novas letras não é totalmente uma novidade para o brasileiro. Elas já eram usadas em algumas situações, como siglas ou palavras originárias de outras línguas:
Exemplos: km (abreviação de quilômetro), w (abreviação de watts), kg(abreviação de quilograma), kung fu, Washington, Kaiser e Franklyn.

HÍFEN

Com a nova regra ortográfica, o hífen passa a ser usado:
1. em vocábulos compostos, locuções ou encadeamentos, nos seguintes casos:
1.1 Usado em palavras compostas por justaposição que constituem uma unidade sintagmática e semântica.
Exemplos: ano-luz; tio-avô; médico-cirurgião; segunda-feira; guarda-chuva; sul-africano.
Atenção! As palavras compostas por justaposição que tenham perdido a noção de composição não são mais grafadas com hífen.
Exemplo: girassol; paraquedas; mandachuva e passatempo.
1.2 Em topônimos compostos, ou seja, em nomes próprios de lugares, que começam com o adjetivo grão/grã, ou que começam com um verbo, ou ainda quando existir artigos entre os elementos.

Atenção! Os demais topônimos não devem ser grafados com hífen, com exceção do nome do país Guiné-Bissau.
Exemplos: Grã-Bretanha; Grã-Pará; Baía de Todos-os-Santos e Trás-os-Montes.
1.3 Em palavras que distinguem espécies botânicas e zoológicas.
Exemplos: Erva-doce; couve-flor, bem-te-vi; mico-leão-dourado.
1.4 Em palavras compostas iniciadas pelo advérbio "bem" ou "mal", em que a segunda palavra seja iniciada por qualquer vogal ou a letra "h".
Exemplos: bem-humorado; bem-amado; mal-afortunado; mal-estar.
As palavras compostas que perderam o hífen acabaram virando uma única palavra, como benfeito ou benfeitor.
Atenção! Algumas palavras que se iniciam com o advérbio "bem", quando se mantém a noção de composição não se aglutina com o segundo elemento, mantendo o hífen, como nos casos: bem-criado; bem-nascido; bem-visto.
1.5 Em palavras compostas iniciadas pelos elementos: além, aquém, recém e sem.
Exemplos: além-mar; recém-casado; sem-vergonha.

1.6 Em qualquer tipo de locução o hífen deixou de ser empregado.

Curiosidades:

Logo quando começou a se falar sobre a implantação do novo acordo ortográfico, a principal mensagem veiculada foi: “unificar é preciso”. E aí vem a maior curiosidade em relação a este novo acordo: mas, por quê?
Sabemos que um mesmo idioma falado em vários países sofre adaptações locais, principalmente no que tange ao vocabulário e sotaque, mas, no caso específico do português, foram oficializadas duas línguas grafadas de modo diverso (uma de raiz europeia e outra de raiz brasileira), logo, praticamente dois idiomas. Isso vinha dificultando as relações burocráticas e interpessoais entre os países, por esta razão decidiu-se que seria mais benéfico para todos diminuir a distância entre estas duas raízes, unificando regras capazes de facilitar a comunicação.
Mas não pensem que chegar a essa acordo foi fácil ou rápido. Para se ter uma ideia, o acordo original é de 1990! Isso mesmo: foram quase vinte anos para se chegar a uma decisão sobre sua aplicação, que começou a vigorar em 2009. No Brasil, as regras do novo acordo seriam integralizadas em 2013, mas o prazo foi adiado para 2016. Isso dá aos retardatários mais três anos para se adaptarem. Quem ainda não se inteirou sobre as novas regras, não precisa se preocupar: apesar da resistência inicial (gerada por toda mudança), o que poucos sabem é que apenas 0,5% das palavras tiveram a grafia modificada. Quase nada…
Outra curiosidade importante: as mudanças são somente na grafia. Não há mudança no vocabulário, sintaxe ou pronúncia. Ou seja: os significados das palavras continuam os mesmos e os usos locais serão mantidos; o modo de construir frases – a sintaxe – também não será alterado; o mesmo vale para a pronúncia, e o esforço para não alterá-la ajuda a entender algumas das novas regras.
Muitas palavras existentes nas raízes europeia e brasileira são grafadas de modo distinto dada a presença de consoantes mudas ou não. Este é, por exemplo, o caso de herva (erva), adopção (adoção) e muitas outras palavras cujas consoantes mudas deixarão de existir. Nos casos em que esta consoante “a mais” é pronunciada, será mantida a dupla grafia, caso de amnistia (anistia), facto (fato), etc. Como os casos de dupla grafia por consoante muda são mais abundantes na raiz europeia, esta será mais afetada neste aspecto.

Outra curiosidade é a formalização das letras K, Y e W no alfabeto, antes consideradas “letras estrangeiras”. As três letras agora integrarão oficialmente o alfabeto, que passa a ter 26 letras, e não mais 23. 

Vídeos:

Acentuação como usar - Regras de Acentuação.

Canal do Youtube: Curso Online Gratuito




Dica de Mestre: Nova Ortografia.

Canal do Youtube: Objetivo Teresina






Falando em Português: 10 importantes dicas de português.

Canal do Youtube: NEAF Concursos Públicos.






Língua portuguesa para Concursos

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