Logo quando começou a se falar
sobre a implantação do novo acordo ortográfico, a principal mensagem veiculada
foi: “unificar é preciso”. E aí vem a maior curiosidade em relação a este novo
acordo: mas, por quê?
Sabemos que um mesmo idioma
falado em vários países sofre adaptações locais, principalmente no que tange ao
vocabulário e sotaque, mas, no caso específico do português, foram
oficializadas duas línguas grafadas de modo diverso (uma de raiz europeia e
outra de raiz brasileira), logo, praticamente dois idiomas. Isso vinha
dificultando as relações burocráticas e interpessoais entre os países, por esta
razão decidiu-se que seria mais benéfico para todos diminuir a distância entre
estas duas raízes, unificando regras capazes de facilitar a comunicação.
Mas não pensem que chegar a essa
acordo foi fácil ou rápido. Para se ter uma ideia, o acordo original é de 1990!
Isso mesmo: foram quase vinte anos para se chegar a uma decisão sobre sua
aplicação, que começou a vigorar em 2009. No Brasil, as regras do novo acordo
seriam integralizadas em 2013, mas o prazo foi adiado para 2016. Isso dá aos
retardatários mais três anos para se adaptarem. Quem ainda não se inteirou
sobre as novas regras, não precisa se preocupar: apesar da resistência inicial
(gerada por toda mudança), o que poucos sabem é que apenas 0,5% das palavras
tiveram a grafia modificada. Quase nada…
Outra curiosidade importante: as
mudanças são somente na grafia. Não há mudança no vocabulário, sintaxe ou
pronúncia. Ou seja: os significados das palavras continuam os mesmos e os usos
locais serão mantidos; o modo de construir frases – a sintaxe – também não será
alterado; o mesmo vale para a pronúncia, e o esforço para não alterá-la ajuda a
entender algumas das novas regras.
Muitas palavras existentes nas
raízes europeia e brasileira são grafadas de modo distinto dada a presença de
consoantes mudas ou não. Este é, por exemplo, o caso de herva (erva), adopção
(adoção) e muitas outras palavras cujas consoantes mudas deixarão de existir.
Nos casos em que esta consoante “a mais” é pronunciada, será mantida a dupla
grafia, caso de amnistia (anistia), facto (fato), etc. Como os casos de dupla
grafia por consoante muda são mais abundantes na raiz europeia, esta será mais
afetada neste aspecto.
Outra curiosidade é a
formalização das letras K, Y e W no alfabeto, antes consideradas “letras
estrangeiras”. As três letras agora integrarão oficialmente o alfabeto, que
passa a ter 26 letras, e não mais 23.
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